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Fui vítima de furto de identidade nas redes sociais. E agora?

Atualizado: 14 de jan. de 2021

Esta história não é única e falo com experiência na primeira pessoa.


A minha vida tornou-se na série "Catfish" para quem se lembra da MTV. Para quem não está familiarizado este termo refere-se a um tipo de atividade enganosa onde uma pessoa cria uma identidade digital falsa furtando a de outra numa rede social. Qual a razão? Temos muitas, destaco entre elas 1) procurar atenção; 2) exercer bullying; e/ou 3) como um golpe de romance ou de extorção de dinheiro.


De acordo com o Centro Nacional de Cibersegurança "identidade digital" é toda a nossa presença no mundo digital e as "redes sociais" são "plataformas usadas para criar ligações sociais entre pessoas que partilham interesses ou atividades similares. Este sistema web providencia uma variedade de meios para que os utilizadores interajam, tais como chat, mensagem, email, vídeo, chat de voz, partilha de ficheiros, blogging, grupos de discussão, etc".





Antes de entrarmos em mais detalhes deixo um disclaimer: o que partilho tratam-se de crimes que constam na Lei do Cibercrime (Lei nº 109/2009 de 15 de Setembro) e no Código Penal. A nível internacional são contemplados na Convenção sobre Cibercrime do Conselho da Europa (Convenção de Budapeste) e na Diretiva 2013/40/UE relativa a ataques contra os sistemas de informação.


O que é o Cyber furto de identidade?


"O Furto de Identidade consiste na apropriação de identidade alheia ou de informações pessoais. Essas informações podem ser subtraídas para fins delituosos. Existem várias formas de o furto de identidade ser concretizado nomeadamente através do acesso ilegítimo a todo o género de dispositivos digitais (Computadores, Tablets, Smartphones, etc), seja através do acesso a contas de correio electrónico ou a redes sociais por pessoas mal intencionadas." Fonte: GNR


O relatório de Cibersegurança em Portugal 2020 do Centro Nacional de Cibersegurança revela que os casos mais frequentes registados pela Linha Internet Segura, em 2019, são a burla (20%), o furto de identidade (12%) e o phishing (9%). De acordo com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) 400 milhões de pessoas são vítimas de cibercrime, em todo o mundo.


Já agora Phishing é o "envio aos internautas de mensagens de correio eletrónico, com a aparência de terem origem em organizações financeiras credíveis, mas com ligações para falsos sítios Web que replicam os originais, e nos quais são feitos pedidos de atualização de dados privados dos clientes".



No leque de métodos utilizados para o furto da identidade eu já fui vítima por mais do que uma vez do praticado nas redes sociais através da "criação de perfis falsos com base em informações, fotografias e outros conteúdos partilhados por utilizadores ou na utilização ilegal (resultante da obtenção dos dados de acesso) de perfis verdadeiros de outros utilizadores, sendo que, num caso ou noutro, a finalidade pode ser a prática de crimes (injúrias, difamação, ameaças, etc.) a coberto daqueles perfis". Neste universo vi a minha imagem e dados pessoais serem usurpados para criar perfis em redes sociais de relacionamentos, Facebook, Instagram etc...onde quem os gere manipula outros com conversas que vão do romântico, passando pelo flirt até ao obsceno.


Apesar de ser uma profissional de marketing e comunicação, tendo a consciência e tomando as devidas precauções em termos de segurança e privacidade os riscos não se diluem a 100%. Muitas vezes quem nos está próximo, digo nas nossas conexões, pode ser a pessoa agressora.


O impacto do furto de identidade tanto para a vítima como para as pessoas que são instrumentalizadas por quem rouba é real e não deve ser ignorado. Os efeitos podem ser de "carácter financeiro, legal, emocional e psicológico e práctico" Fonte: APAV.


Quais os fins ilícitos do roubo de identidade?


  • Abrir contas bancárias em seu nome;

  • Efetuar transferências da sua conta bancária;

  • Requerer cartões de crédito e débito;

  • Solicitar empréstimos bancários;

  • Fazer-se passar por si em sites ou redes sociais.

Fonte: GNR


Como prevenir?


  • Monitorize a atividade do seu perfil;

  • Se efetuar compras on-line, utilize sites seguros;

  • Não publique informações pessoais;

  • Altere as passwords de acesso com regularidade;

  • Escolha passwords com oito ou mais dígitos e inclua uma combinação de letras, números e símbolos;

  • Não partilhe as suas passwords de acesso;

  • Não responda a chamadas ou emails de entidades bancárias com pedidos de passwords ou outros dados pessoais;

  • Suspeite se o seu email contém um link com pedido de acesso;

  • Verifique regularmente os seus extratos bancários.

Fonte: GNR


Recomendações:


Consulte a APAV , entidade que coordena a Linha Internet Segura um serviço do Centro Internet Segura que compreende:


  • Esclarecimento e apoio ao cidadão - para utilização mais segura, responsável e saudável da Internet e tecnologias associadas. Acessível através de formulário pedido de esclarecimento , contacto telefónico gratuito (800 21 90 90), e correio electrónico (linhainternetsegura@apav.pt).

  • Serviço de denúncia de conteúdos ilegais online - nomeadamente Conteúdos de Abuso Sexual de Menores, Apologia ao Racismo, Apologia à Violência. Acessível através de formulário Denunciar Conteúdo Ilegal, contacto telefónico gratuito (800 21 90 90), e correio electrónico (linhainternetsegura@apav.pt).

  • A Linha Internet Segura funciona nos dias úteis das 9h00 às 21h00.

Caso esteja a ser vítima de furto de identidade pode e deve apresentar queixa na PSP. Recolha o máximo de informação possível para fortalecer o caso.


A Netflix lançou recentemente um documentário "The Social Dilemma" (2020) sobre o tema das redes sociais que desperta a consciência para os riscos do online. Vale a pena ver.



Outro documentário que sugiro é o "Nada é privado: o escândalo de Cambrigde Analytica" (2019):




Caso entretanto nos meandros desta internet encontre um perfil que utilize a minha identidade (nome, imagem/ fotos, contactos, etc) por favor não denuncie o perfil sem antes me enviar screenshoot e o link para eu poder levar o caso a sede própria. Não possuo qualquer tipo de perfil autêntico em redes de relacionamentos amorosos ou de outro tipo que não os meus atuais oficiais. Mesmo que utilizem o meu nome real não se deixe enganar. Agradeço desde já a atenção e apoio.


Este é o primeiro artigo sobre cibersegurança, irei publicar outros com dicas de proteção em cada rede social. Subscreva a minha newsletter aqui para receber novos conteúdos.


Saudações digitais,

Joana Feliciano




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